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em 16/06/2011

Audiodescritor: profissional de inclusão

Audiodescritor: profissional de inclusão Audiodescritor: profissional de inclusão

Trabalho consiste na capacidade de fazer pessoas com deficiência visual enxergarem por meio de palavras O profissional de audiodescrição lida com um recurso de acessibilidade que amplia o entendimento das pessoas com deficiência visual em eventos culturais, gravados ou ao vivo, como, por exemplo, peças de teatro, programas de tevê, exposições, mostras, musicais, óperas, desfiles e espetáculos de dança. De acordo com Lívia Motta, criadora do site “Ver com palavras”, além disso, o audiodescritor pode atuar em eventos turísticos, esportivos, pedagógicos e científicos, como aulas, seminários, congressos, palestras e feiras, por meio de informação sonora. "A audiodescrição é uma atividade de mediação linguística, uma modalidade de tradução intersemiótica, que transforma o visual em verbal, abrindo possibilidades maiores de acesso à cultura e à informação, contribuindo para a inclusão cultural, social e escolar”, explica Lívia – que também é audiodescritora roteirista e locutora e professora de cursos de audiodescrição. Ela destaca ainda que não é só a vida das pessoas com deficiência visual que esse trabalho facilita, ele amplia também o entendimento de pessoas com deficiência intelectual, idosos e disléxicos. Conquistando espaço Aos poucos, a atividade vem conquistando espaço e adeptos em eventos culturais. Aqueles que são beneficiados por este trabalho, sentem-se respeitados e incluídos ao participarem de eventos em igualdade de condições, e não querem mais abrir mão dessa ferramenta de acessibilidade. Segundo a professora, cada vez mais pessoas têm manifestado o desejo de fazer cursos e se profissionalizarem. Já existem vários espaços na internet que abordam o assunto, apresentando exemplos de produtos audiovisuais com audiodescrição, artigos e notícias. Como funciona O trabalho desse profissional consiste em descrever, de forma clara e objetiva, todas as informações compreendidas visualmente e que não estão contidas em diálogos, como, por exemplo, expressões faciais e corporais que comuniquem algo, informações sobre o ambiente, figurinos, efeitos especiais, mudanças de tempo e espaço, além da leitura de créditos, títulos e qualquer informação escrita na tela. “A audiodescrição permite que o usuário receba a informação contida na imagem ao mesmo tempo em que esta aparece, possibilitando que a pessoa desfrute integralmente da obra, seguindo a trama e captando a subjetividade da narrativa, da mesma forma que alguém que enxerga”, ressalta a especialista Graciela Pozzobon. Estímulo à inclusão Cego de nascença, o estudante do curso de letras da Universidade de Brasília (UnB) Tomás Verdi Pereira (foto ao lado/ Agência Brasil), de 19 anos, lembra que tinha 11 quando foi pela primeira vez ao cinema. Foi nos Estados Unidos que ele teve acesso a esse tipo de produção por meio da audiodescrição. Antes disso, porém, não tinha sequer vontade de acompanhar programas exibidos na televisão brasileira, mesmo com o auxílio dos seus pais para compreender o que se passava na tela. "Muito raramente eu via um desenho com os meus pais. Eles iam me falando tudo o que acontecia, mas, logicamente, faziam isso sem qualquer modelo", diz o estudante. Hoje, aos 19 anos, Pereira faz parte do grupo de estudos sobre audiodescrição da UnB, atuando como uma espécie de assessor. Ele acompanha a adaptação de filmes para as pessoas com algum tipo de deficiência visual. "As obras adaptadas não só me estimulam a assistir a um filme como me ajudam a compreender melhor o conteúdo. Sem a audiodescrição faltam informações para que os deficientes visuais possam entender o que está acontecendo", explica Tomás. Estimativas apontam que o trabalho de adaptação de um filme é feito, normalmente, por uma equipe de quatro pessoas, sendo uma delas um deficiente visual. A quantia recebida pelo trabalho costuma variar bastante, girando em torno de R$ 2 mil e R$ 4 mil, por um serviço que exija 40 horas de dedicação. A atividade tem atraído interessados das mais diversas formações profissionais. No entanto, são os estudantes de letras e comunicação social os mais interessados, garante Lívia, que escreveu o primeiro livro brasileiro sobre o tema. O material está disponível gratuitamente no site: www.vercompalavras.com.br Com informações da Agência Brasil

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