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em 06/05/2016

Documentário O Começo da Vida, com Gisele Bündchen e mães de 9 países, oferece audiodescrição e close caption

Cena do documentário em que Gisele Bündchen dá seu depoimento. (Foto: Reprodução/Maria Farinha Filmes) Cena do documentário em que Gisele Bündchen dá seu depoimento. (Foto: Reprodução/Maria Farinha Filmes)

Por Luiza Tenente, Do G1, em São Paulo

Sobre a infância, para pais, para cidadãos. O documentário “O Começo da Vida” busca mostrar a importância dos primeiros anos de vida na formação das pessoas. Com estreia marcada para esta quinta (5), o filme será exibido gratuitamente até o próximo domingo (8). Em cidades nas quais não esteja em cartaz, os moradores terão direito a acessar a obra e exibi-la sem custos, seja em espaços públicos ou na sala de casa, desde que a plateia tenha a partir de cinco pessoas.

O filme foi dublado em seis idiomas e legendado em 21. É também disponibilizado em Libras (língua brasileira de sinais), para surdos, e em closed caption e audiodescrição, para deficientes visuais. Tudo para tornar mais acessível um conteúdo que a diretora, Estela Renner, considera como fundamental “para o mundo, para sempre, para todos os países”. Ela entrevistou especialistas e famílias do Brasil, Canadá, Índia, China, Quênia, Itália, Argentina, Estados Unidos e França e descobriu que todos os pais e mães, de realidades diferentes, têm um desejo em comum: a plenitude de suas crianças.

“A cena que mais me emociona é perceber que a Simone, mãe de 12 filhos, com passado de violência doméstica, e a Gisele Bündchen (modelo, entrevistada no filme)querem a mesma coisa: que possam escutar os filhos e que eles sempre saibam que elas estão os enxergando”, afirma a diretora, roteirista e cofundadora da Maria Farinha Filmes.

O documentário é fundamentado em um princípio que a ciência reforça em estudos recentes: os primeiros anos na vida de uma pessoa são fundamentais para seu desenvolvimento. Bebês não são uma tábula rasa, cujo comportamento é determinado apenas pela carga genética. Aqueles que são respeitados, educados com afeto e estimulados a fazer descobertas levam os resultados dessas experiências para sua vida adulta. “Não vamos mais nos referir ao bebê como um objeto só de cuidados, de fraldas. Ele já é uma pessoa, que transforma e é transformado. É uma troca. Ao cuidar dele, estamos cuidando do mundo”, afirma Estela.

A diretora percebeu, durante os três anos de produção do filme, como o brincar, de fato, é determinante para a formação do ser humano. “É onde a criança se conhece, faz descobertas. Foi incrível perceber a grandeza disso. O brincar precisa ser colocado em receita médica, porque muitos pais não sabem o quanto é importante para o desenvolvimento, o quanto que um abraço, o afeto e a música antes de dormir vão ser lavados para o resto da vida”, diz.

Estela reforça a importância de os pais também participarem desse processo de carinho, de afeto. Depois de visitar tantos países, ela acredita que o Brasil esteja no meio do caminho no debate sobre a valorização da paternidade – e de superação da ideia de que só a mãe é responsável pela educação dos filhos. “O pai, quando pega a criança no colo, também produz ocitocina, o hormônio do amor. Antigamente, eles não costumavam carregar recém-nascidos”, conta.

Aliada à família, também está a escola, uma parte considerada fundamental por Estela. A educação infantil no Brasil, de acordo com ela, não é valorizada como deveria. “Professores passam muito tempo com as crianças pequenas. A sensibilidade da escolha de palavras, da forma como dão sentido à existência daquela criança, tem um papel fundamental. Precisam ser mais valorizados, porque têm uma função magnífica para a humanidade, lidam com algo muito delicado. Uma fase em que nossa estrutura se forma”, completa a diretora.

As crianças das famílias que participam de “O Começo da Vida” também transformaram Estela. Mãe de três filhos, ela passou a prezar mais pela brincadeira. “Acho que mudei como mãe e virei mais mãe de outras crianças”. Ela percebe como as memórias estão relacionadas à sua vida de hoje, pela forma como sua mãe lhe proporcionou uma infância respeitosa, o jeito que sua avó contou histórias e valorizou suas raízes.

Por agora, ela torce para que todos os tipos de audiência assistam ao “Começo da Vida”. “Fico feliz com a reação das pessoas que veem o documentário. Um dos saberes que quero passar é que a criança não é só filha de uma mãe. É cidadã também. Quero criar essa empatia.”

Depois de dirigir filmes sobre obesidade ("Muito Além do Peso") e consumismo infantil ("Criança, A Alma do Negócio"), Estela Renner sente que “O Começo da Vida” viria antes de tudo, seria algo embrionário. No percurso da produção, conheceu algumas questões que não entraram no documentário, mas que poderiam ser objeto de um estudo mais profundo – a causa indígena e a infância de autistas, por exemplo. O próximo projeto já está definido: uma ficção sobre mudanças climáticas. Afinal, é o mundo onde as crianças vão viver.

Fonte: http://g1.globo.com/

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